quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Dia de luta pela legalização do aborto

O capitalismo, o patriarcado, o racismo e a heteronormatividade nos submetem. A rede bem tecida que existe entre eles nos aprisiona. Aprisiona nosso corpo, nossa vida, nosso trabalho, o que sentimos, nossos sonhos e desejos.

Dia 28 de setembro é dia de luta contra a criminalização do aborto pela legalização e pela construção de nossa liberdade. Queremos que esse desejo seja visto em todos os lugares, em cada debate, circulando entre a esquerda, tomando conta da universidade, das nossas organizações e movimentos.

Queremos também que esse desejo seja visto nas ruas! Por isso, convidamos para intervenção e panfletagem pela legalização do aborto no dia 28 de setembro, a partir das 17h 30m. Esteja conosco no farol da Afonso Pena, próximo à Praça 07, no centro de Belo Horizonte.

LEGALIZE!!!!! O CORPO É NOSSO!!!! É NOSSA ESCOLHA!!!!
É PELA VIDA DAS MULHERES!!!!

Vídeo-documentário: “Seguiremos em Marcha até que todas sejamos livres!”

Já está na internet o vídeo da 3ª Ação Internacional da MMM. O vídeo tem 40 minutos e está dividido em 6 partes no site do youtube. Click nos links abaixo e assista:

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

I Curso de Formação Feminista em Viçosa

A Marcha Mundial das Mulheres – Núcleo Viçosa realizou nos dias 19 a 22 de agosto, no Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata, seu I Curso de Formação Feminista.

A grade do I CFF - Viçosa foi pensada no intuito de abarcar grandes temáticas do feminismo, para contribuir no aprofundamento teórico das militantes, fator indispensável para a compreensão e disputa da sociedade sob a ótica das mulheres.

No dia 20 de agosto, debatemos os temas “O Histórico do Movimento Feminista no Brasil e no Mundo” e “A Invisibilidade da Luta das Mulheres e sua Contribuição na História das Revoluções”. Neste dia contamos com a companheira Maria Luiza, Assessora da Secretaria de Mulheres da CUT, para contribuir com a discussão. O dia foi puxado, mas as cursistas mantiveram a animação.

No dia 21 pela manhã, tratamos do tema “Economia Feminista”, um debate de central importância para o feminismo, que teve como facilitadora a militante da Marcha Mundial das Mulheres de Minas Gerias, Débora Del Guerra.

Durante a tarde, falamos sobre “Feminismo e Socialismo”, em que a engenheira florestal e militante feminista da MMM, Juliana Bavuzo, ex-membro do núcleo Viçosa, foi quem contribuiu mostrando porque o socialismo e o feminismo precisam coexistir. Nesse dia o curso foi aberto a participação dos companheiros militantes de outros movimentos sociais.

Na noite, aconteceu o lançamento do Vídeo da III Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil. A MMM está realizando em vários países do mundo ações de luta das mulheres entre os dias 08 de março e 17 de outubro de 2010, e dos dias 16 a 23 de agosto de 2010 ocorrerá na Colômbia o Encontro Internacional de Mulheres e Povos das Américas contra a Militarização.

No dia 22 de agosto pela manhã, contamos com a participação da Consola, candidata a Deputada Federal pelo PSOL e militante feminista histórica, bem como com Alessandra Terribili, 1ª Diretora de Mulheres da UNE e jornalista, que debateram a “Relação do Movimento Feminista com outros Movimentos Sociais e Partidos”.

Durante a tarde e para finalizar o curso, a companheira Renata Moreno, mais conhecida como Tica, cientista social e integrante da Secretaria Nacional da Marcha Mundial das Mulheres discutiu a “Conjuntura da Luta das Mulheres”, debatendo o que está acontecendo hoje e quais são os nossos desafios.

Por fim, queremos agradecer há todos os personagens que estiveram presentes e foram muito importantes na construção e chamamos atenção ao apoio dos grupos alternativos de Viçosa-MG, que cederam a data e o local acima expostos para a realização deste curso, e ao Centro de Tecnologias da Zona da Mata, local do curso.

Esperamos que cursos como esses se espalhem por todos os cantos, cheio de gente interessada e animada, disposta a discutir, desconstruir e se reconstruir naquele tempo e espaço que será único como foi o de Viçosa.

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!
Fonte: Núcleo Viçosa da Marcha Mundial das Mulheres

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Confecção de tapete na oficina do Retalhos de Fulô,
dia 05 de maio, em Jequitinhonha

Retalhos de Fulo realiza oficina no Vale do Jequitinhonha

O grupo Retalhos de Fulô, núcleo da Marcha Mundial das Mulheres em Diamantina, realizou uma oficina sobre trabalho doméstico e cuidados durante a 3° Semana Envolver. A oficina aconteceu no dia 05 de maio, com a participação de 42 mulheres do Vale do Jequitinhonha, do Mucuri e extremo sul da Bahia.

A Semana Envolver é uma atividade da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri) com objetivo de proporcionar momentos de diálogo e interação entre a comunidade universitária e as populações dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Participaram da oficina mulheres quilombolas, agricultoras, indígenas pataxós, professoras, estudantes, artesãs, mulheres da Via Campesina, do GT de mulheres da ASA, do conselho municipal de mulheres, trabalhadoras da saúde e serviços, e de ONGs.

O Retalhos de Fulo trabalhou com a metodologia do relógio diário. A partir dos elementos trazidos, elas fizeram uma discussão sobre a realidade do trabalho doméstico, dos cuidados e o impacto sobre a vida das mulheres. Elas também confeccionaram um tapete de retalhos, orientadas pelas artesãs do grupo Mulheres em Ação, do bairro Cidade Nova, em Diamantina. O trabalho foi finalizado com a apresentação de um teatro mudo encenado por algumas participantes.

Durante a oficina, o Retalhos de Fulo agendou a participação na conversa de mulher, com o tema ‘Violência contra a mulher e Lei Maria da Penha’, no dia 16 de maio, em Padre Paraíso, Vale do Jequitinhonha. O grupo avalia que o espaço foi muito bom para a sensibilização e apresentação da luta das mulheres.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Somos incontornáveis e irreversíveis

Pacaembu, em torno das quatro horas da tarde do dia 18 de março de 2010. ponto final de uma caminhada que durou dez dias, de campinas a são paulo. caminhada na qual marcharam cerca de 3 mil mulheres.

mulheres do brasil inteiro, de rondônia ao rio grande do sul. mulheres metropolitanas, mulheres rurais, mulheres índias, mulheres atrizes, mulheres donas de casa. mulheres moças, mulheres idosas, saudáveis, doentes. mulheres que apanham de seus maridos, mulheres que nunca se casaram nem nunca se casarão. heterossexuais, lésbicas. negras, brancas, loiras, ruivas, morenas, mulatas, índias, mestiças. muheres gritando palavras de ordem: "seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!" "eu não sou miss, nem avião, minha beleza não tem padrão!", "não sou modelo de passarela, a minha vida não é novela!", "se cuida, se cuida, se cuida seu machista! américa latina vai ser toda feminista!" e muitas outras mais... até hoje na minha cabeça ecoam as frases que ouvi no único dia que passei lá, ao lado dessas mulheres que enfrentaram 10 dias de caminhada, sob o sol e sob a chuva, andando cerca de 10 quilômetros por dia... eu também gritei e marchei, suei e me cansei, fotografei, filmei e registrei na minha cabeça esse momento histórico. à minha frente e às minhas costas uma fila imensa de mulheres vestidas de roxo. a energia incrível, pois essas mulheres não paravam. prosseguiam firmes, incitavam as outras, dividiam seu protetor solar, provocavam os homens com os quais cruzavam pelo caminho: "joão, joão, cozinha seu feijão" josé, josé, cozinha se quiser! raimundo, raimundo, limpa esse chão imundo! chiquinho, chiquinho, cuida do filhinho! erasmo, erasmo, eu quero meu orgasmo!", respondendo a seus gestos obscenos e aos gritos de volta pra cozinha: "mulher não é feita pro forno e pro fogão, a minha chama é da revolução!" foi lindo, foi emocionante. na chegada a são paulo - andamos quatro quilômetros até a estação de osasco, pegamos o trem metropolitano e descemos em barra funda, para caminhar mais dois quilômetros até o pacaembu - centenas de outras mulheres nos recebiam como heroínas, quer dizer, recebiam essas mulheres que caminharam dez dias (eu estava ali de gaiata, bem na comissão de frente, pois tinha embarcado no vagão errado). me arrepiei em vários momentos. nessa chegada ao metrô de barra funda. na caminha por são paulo, junto à batucada de mulheres que abria a marcha... ao saber de uma índia que casara com um bêbado, tivera quatro filhos, tinha tido a coragem de abandoná-lo (embora, como declarou, ainda amasse o safado) e tinha se tornado cacique, depois que sua comunidade havia destituído o antigo cacique para colocá-la no lugar. ao saber da história de uma mulher do amazonas que voltaria para casa naquela quinta, mas só chegaria lá na quarta seguinte, depois de viajar 22 horas de barco... ah, mulheres... incontornáveis e irreversíveis...

enquanto isso, o brasil ultrapassa a alemanha e a frança e chega ao 2º lugar de maior consumidor de cosméticos do mundo (só perdendo pro japão), posto já conquistado em relação às plásticas (só perde para os EUA). enquanto isso, muitas mulheres continuam a se ver como mercadorias, valendo por sua aparência e juventude.

enquanto isso perdurar, seguiremos em marcha. até que todas sejamos livres...

Nina Caetano faz parte do Grupo Obscenas e da MMM Minas Gerais

Delegação de Minas Gerais contribui com a limpeza da cozinha na Ação

Diário de uma marchante

Dia 8 de março, Largo do Rosário, Campinas, milhares de mulheres de todo o Brasil inauguram a 3ª ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres (MMM). Cerca de 2 mil militantes vindas da cidade, do campo e da floresta, mulheres jovens, adultas e idosas, trabalhadoras rurais e urbanas, lésbicas e estudantes foram para as ruas com o desejo que as une: o de transformar o mundo para transformar a vida das mulheres.

“Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres” foi o lema da 3ª ação que se sustentou também em quatro eixos: autonomia econômica das mulheres; bens comuns e serviços públicos (contra a privatização da natureza e dos serviços públicos); violência contras as mulheres e paz e desmilitarização, temas discutidos durante os dez dias da caminhada. Nós, as caminhantes, nos dividimos em comissões de trabalho - segurança, água, comunicação, saúde, formação e cultura, cozinha, creche, água e limpeza.- a fim de garantir o bom andamento da marcha.

A comissão que me inseri foi a da segurança, tarefa um tanto complicada, pois exige firmeza, paciência, resistência e muito autocontrole. Tive a sensação muitas vezes de não ser tão respeitada enquanto segurança, principalmente por conta da minha idade, afinal por lá se encontravam mulheres muito mais vividas do que eu. Foi um trabalho árduo, mas muito compensador.

Todos os dias, nos levantávamos às 4 da matina, as luzes se acendiam e a movimentação de malas e pessoas começava. Lá pelas 6 da manhã, colocamos o pé na estrada, andando em fileiras e entoando cantorias feministas. O trajeto de 116 km no total, percorrido em média 10 km ao dia, passamos pelas cidades de Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea Paulista, Cajamar, Osasco e São Paulo, além dos distritos de Jordanésia e Perus. . Foi bem cansativo de inicio e devido ao forte calor alguns problemas com relação a saúde das marchantes movimentaram a coordenação, mas a rotina foi tornando tudo mais fácil. Chegávamos nos alojamentos por volta das 11 da manhã e sempre éramos acolhidas com muito carinho e atenção. Alguns problemas com banho e higiene no geral, mas nada tão assustador pensando que era uma estrutura para duas mil mulheres de todo o Brasil convivendo por dez dias.

Na Marcha estavam presentes muitas organizações como o MST, MAB, MMC( Movimento de Mulheres Camponesas), LBL(Liga Brasileira de Lésbicas), UNE( União Nacional dos Estudantes), CUT (Central Única dos Trabalhadores) de São Paulo, entre outras. Foram realizados nesses dez dias espaços de formação, debates sobre racismo, sexualidade, racismo, violência contra a mulher, paz e desmilitarização e integração dos povos e o papel do Estado. A presença da médica cubana Aleida Guevara, filha do revolucionário cubano Che Guevara, foi o painel mais esperado de toda a Marcha e o que emocionou mais as militantes.

O ultimo dia de Marcha foi marcado por muita alegria e a pontinha de saudade que já batia desses dez dias. O ato público em São Paulo, começou por volta das 17h na Praça Charles Miller (ao lado do estádio do Pacaembu), onde a batucada feminista, a Fuzarca, animou as marchantes fechando a marcha com um grande sentimento de dever cumprido.

Mas a ação 2010 da Marcha Mundial das Mulheres não pára por aqui, a luta continua na sua segunda jornada na República Democrática do Congo de 7 a 17 de outubro, afinal “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”!

Thais Faria - MMM Minas Gerais - núcleo Viçosa

Confira mais posts sobre movimentos socias no blog: bangalodeflores.blogspot.com

Mulheres de todo o Brasil na Ação 2010












quinta-feira, 25 de março de 2010

Mulheres do semiárido seguem em Marcha

“Nós não estamos a passeio, estamos aqui porque confiamos que unidas, de mãos dadas, podemos melhorar a vida das mulheres”, desabafa Maria Madalena Oliveira Leite, a Dona Nenzinha. Ela é agricultura, diretora do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA-NM), vive na Comunidade Abóboras, município de Montes Claros, em Minas Gerais e participa da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres.

A Ação acontece dos dias 8 a 18 de março no Brasil, organizada pela Marcha Mundial das Mulheres. Neste período, cerca de 2 mil mulheres de todas as regiões do país realizam uma caminhada entre as cidades de Campinas a São Paulo. Com o tema “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, a marcha pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.

Nesta quarta-feira, dia 17 de março, as mulheres chegam a Osasco e se preparam para o ato final da marcha em São Paulo, capital, no dia 18. Centenas de mulheres de todo o semiárido brasileiro participam da Ação.

Isolda Dantas, do Centro Feminista 8 de Março (CF8) e da Marcha Mundial das Mulheres, conta que do seu estado vieram 400 mulheres, sendo que apenas 50 não são do semiárido. “Lá no Rio Grande do Norte a Marcha Mundial das Mulheres é muito permeada pelo debate do semiárido”. Isolda explica que a convivência com o semiárido tem muito a ver com a vida das mulheres. “Não há como fazer um debate da convivência sem incorporar as mulheres, pois elas fazem parte desta construção”, afirma.

A Plataforma da Ação 2010 traz diversas pautas que dizem respeito a vida das mulheres do semiárido. Como o eixo de discussão de bens comuns, que trata da questão da territorialidade, da educação contextualizada, do combate às monoculturas e às transnacionais, da questão da terra e das sementes como bens comuns.

Alexsandra de Jesus é estudante e vive no Assentamento Reunidas José Rosa, município de Sítio do Mato, na Bahia. Ela participou do debate de Soberania Alimentar, no dia 12 de março, e conta que aprendeu muita coisa que irá levar para sua comunidade. “Aprendi que as sementes transgênicas foram feitas para acabar com a fome, mas, com elas, a fome aumentou”, explica ela. Em seu Assentamento, eles plantam com suas próprias sementes, que as mulheres selecionam e guardam para plantar no próximo ano.

Anita de Cássia é agente faz parte do GT Gênero da ASA Minas. Ela vive na cidade de Jequitinhonha, em Minas Gerais, e conta que as mulheres do Vale do Jequitinhonha voltam da Ação 2010 com outro olhar. “A gente volta com muita força para tentar mudar a situação do machismo que ainda existe no Vale”, afirma.

Cerca de 20 mulheres do semiárido mineiro, vindas do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha, participam da Ação. Valéria Conceição de Souza percebeu durante a Ação que sempre foi feminista. Ela faz parte do Grupo Mulheres em Ação e vive na Comunidade quilombola Mumbuca, município de Jequitinhonha, em Minas Gerais. Valéria conta que na marcha discutiu muitas coisas que tem a ver com sua realidade: divisão de trabalho domésticos, combate a violência, machismo, solidariedade entre as mulheres, entre outras. “Falar dessas idéias na comunidade vai ser fácil, a luta será construir a prática, mas vou tentar”, afirma.

Maiores informações no site da Ação: www.sof.org.br/acao2010
Reunião da delegação mineira durante a Ação 2010.
Dia 15 de março, no boiódromo, em Jordanésia.

10 dias de Marcha das Mulheres

Hoje completam sete dias que 2.000 mulheres de todos os cantos do país colocaram os pés na estrada com a palavra de ordem: Seguiremos em luta até que todas sejamos livres!

É a 3ª Ação Internacional protagonizada pela Marcha Mundial de Mulheres numa grande marcha de campinas até São Paulo para comemoração dos 100 anos do 8 de março. Somaram-se também várias organizações que debatem e entendem a importância da luta feminista na construção de uma nova sociedade. No caminho vão estudando, debatendo e divulgando os temas: autonomia econômica das mulheres, bens comuns e serviços públicos, paz e desmilitarização e violência contra a mulher.

A marcha começou no dia 08 de março com muitas dificuldades. No início, algumas mulheres não entendiam a necessidade de andar em fileira, não entendiam quando a comida demorava a chegar, a distribuição da água era tumultuada, dificuldade de referência política, visto que vieram muitos grupos de movimentos sociais locais e nacionais de construções políticas muito diversas.

Já no terceiro dia, podemos ver no todo da marcha como a transformação na postura de cada uma vai impulsionando a caminhada para frente. As fileiras são organizadas naturalmente e mantidas com a ajuda da equipe de segurança, a equipe da água já consegue prever a quantidade necessária e mantém um ritmo de distribuição dentro do tempo necessário para aliviar o cansaço e ao final de cada percurso um descanso seguido da comida feita por um coletivo de mulheres que começam o trabalho a 1h da madrugada.

Depois do almoço e do descanso, todos os dias são mantidos espaços de formação com as marchantes dentro dos temas centrais da marcha e assim a cada situação as equipes vão tentando solucionar coletivamente e a marcha segue seus passos e a cada passo um aprendizado.

Nós da Assembléia Popular nos somamos a esta ação entendendo sua importância na luta das mulheres dentro do Projeto Popular para o Brasil. Estamos presentes com mulheres de vários estados.

O relato das companheiras que estão participando é que em todas essas dificuldades reside a beleza e a importância desta marcha, porque ali estão as mulheres da classe trabalhadora com origens completamente diversas, vindas de organizações e setores que sofreram os abalos na formação que identificamos no todo da esquerda, ali elas estão passando por um processo intenso de formação e de prática que uma marcha como essa é capaz de produzir.

Além de contribuir politicamente nos debates e no conteúdo da marcha, estamos envolvidas em todas as comissões, tarefas e espaços de direção, também temos aprendido bastante no exercício de construção em meio a tantas organizações, no enfrentamento dos problemas, no exercício da direção coletiva. Na experiência do contato entre tantas mulheres, tantas lutadoras do povo.

Essa experiência será para nós o grande acúmulo para pensar os desafios da organização das mulheres trabalhadoras com realidades tão diversas e a nossa organização interna enquanto mulheres feministas.

No final de semana chegaram mais 500 mulheres, pelo menos, e algumas que não puderam se liberar do trabalho tem se esforçado para marchar pelo menos um dia. Portanto, os cálculos são que, ao final, tenha passado pela marcha mais de 3.000 mulheres.

Na quinta feira dia, 18 de março, ás 16 horas, depois de uma caminhada de dez dias, mais de 100 quilômetros, a marcha chega a São Paulo. O ponto de chegada e o ato público de encerramento será na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu.

Convidamos toda nossa militância a se organizar e estar presente nesta chegada. Devemos recepcionar e saudar as companheiras pelo esforço empenhado, pelo desafio vencido em mais essa ação de luta na pedagogia do exemplo.

Diva Braga é artista plástica e faz parte da Consulta Popular

A Marcha Mundial das Mulheres está nas ruas

A Marcha Mundial das Mulheres (MMM) tomou a rodovia Anhanguera e chegou a Valinhos nesta terça-feira (dia 9), após um ato de lançamento vitorioso em Campinas. As duas mil caminhantes que participam da 3ª Ação Internacional da MMM no Brasil, vindas de todos os estados do país, foram recebidas em Valinhos pelas militantes locais com chuva de pétalas de rosas e distribuição de pães, uma alusão à Marcha Pão e Rosas, ocorrida em 1995 no Canadá, que inspirou o movimento.

Muitas militantes viajaram três dias de ônibus para participar da ação. Este é o caso das 350 mulheres que vieram do Rio Grande do Norte. Nem por isso elas chegaram a Campinas cansadas. Animação e irreverência tomaram conta do Largo do Rosário, no centro da cidade, onde ontem às 17h aconteceu o início da caminhada, marcando as comemorações do Dia Internacional de Luta das Mulheres. A Fuzarca Feminista (grupo de percussão da MMM) alegrou o ato com muito batuque e deu ritmo ao lema do movimento: “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”.

Lourdes Simões, a Lurdinha, do comitê da Marcha em Campinas, lembrou que o ato público no Largo do Rosário representava não apenas o início da caminhada até São Paulo, mas também o coroamento de um longo processo prévio de organização. Ela agradeceu o esforço das militantes de Sumaré, Hortolândia, Paulínea, Valinhos e Indaiatuba, cidades vizinhas a Campinas, que ajudaram a organizar a Marcha na região. Esse processo de auto'-organização e mobilização prévias se repetiu em todos os estados e vai continuar a ocorrer durante toda a 3ª Ação Internacional no Brasil. As caminhantes se dividiram em comissões de trabalho, responsáveis por atividades essenciais ao sucesso da caminhada – entre elas a comissão de segurança, água, comunicação, saúde, formação e cultura, cozinha, creche, água e limpeza.

Diversidade e união

Do Largo do Rosário, as militantes da MMM caminharam por quatro quilômetros até o Ginásio Rogê Ferreira, no bairro São Bernardo. Elas ainda tiveram fôlego para realizar reuniões de trabalho das comissões, seguida de uma breve noite de sono. Breve mesmo: às 4h, as mulheres já estavam de pé, enrolando seus colchonetes, revezando-se na fila do banho e do café-da-manhã. Às 6h, conforme o previsto, as bandeiras roxas já tomavam as ruas de Campinas rumo à Valinhos. No acostamento da rodovia Anhanguera, as duas filas de caminhantes revelavam a diversidade do movimento. Chamava atenção, por exemplo, o belo visual das indígenas Tupinambá que vieram da aldeia Serra do Padeiro, no município de Una, na Bahia, e das representantes das comunidades de terreiros.

A Marcha Mundial das Mulheres reúne militantes da cidade, do campo e da floresta, jovens, adultas e idosas, trabalhadoras rurais e urbanas, lésbicas, estudantes. O que as une é o desejo de transformar o mundo para transformar a vida das mulheres (ou, também, transformar a vida das mulheres para transformar o mundo, num movimento cíclico e integrado). Para isso é preciso dividir as tarefas domésticas entre mulheres, homens e o Estado – por meio, por exemplo, da criação de creches públicas de qualidade, conforme destacou Rosane Silva, militante da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O tema será discutido nesta tarde em Valinhos, das 16h às 19h, na primeira de uma série de atividades de formação que acontecerão até o dia 18 em Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea, Cajamar, Jordanésia, Perus, Osasco e São Paulo.

A Marcha Mundial das Mulheres já realizou duas ações internacionais, em 2000 e 2005. Em 2010, no primeiro período do calendário da 3ª Ação Internacional (de 8 a 18 de março), pelo menos outros 50 países, além do Brasil, estão realizando marchas e outras atividades de luta. O segundo período acontece de 7 a 17 de outubro, culminando com um encontro de feministas dos cinco continentes em Kivu do Sul, no Congo.

Fonte: Assessoria de imprensa da Marcha Mundial das Mulheres

Mística de envio para Ação 2010

Mística antes da partida das mulheres para a Ação em São Paulo.
Dia 07 de março, acampamento das Mulheres da Via Campesina na Assembléia Legislativa, em Belo Horizonte.

quarta-feira, 3 de março de 2010


Semiárido mineiro na Ação 2010

“As mulheres do semiárido mineiro irão marchar para colocar as nossas discussões em pauta, a questão da água, da terra e da própria vida das mulheres no semiárido”, acredita Viviane Ribeiro, do GT Gênero da ASA Minas (Articulação no Semiárido em Minas Gerais). Ela e outras 25 mulheres fazem parte da delegação que sai do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas para participar da 3° Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, que acontece dos dias 08 a 18 de março, de Campinas a São Paulo.

Viviane, que mora em Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, afirma que a caminhada é longa e as mulheres que irão estão transpondo grandes barreiras, na vida familiar, no trabalho e muitas outras. Ela conta que as mulheres do Vale do Jequitinhonha levam para a marcha “a história de um Vale feito por guerreiras, mulheres corajosas. Um Vale esquecido pelo poder público, mas que continua sua história, pelas mãos, pelos braços e pela coragem das pessoas que nele moram”.

Para Valquíria Lima, do GT Nacional de Gênero da ASA (Articulação no Semiárido), as mulheres do semiárido vão para a Ação 2010 com muita disposição, vontade de reforçar a luta e a organização. Ela afirma que “as mulheres do semiárido mineiro também estão na busca pela organização, na luta pelos seus direitos e pelo reconhecimento do seu papel no processo de desenvolvimento do semiárido”.

Celma Pereira Santos tem 18 anos e mora na Comunidade Cabeceirinha, que fica a cerca de 130 quilômetros da sede do município de Januária. Ela acredita que a mulher tem vez e voz e por isso irá marchar na Ação. “Espero que eu aproveite bastante e traga coisas novas para minha comunidade”, conta.

Ao todo, cerca de 25 mulheres participarão da 3° Ação Internacional pela Articulação no Semiárido em Minas Gerais. “Acreditamos que o 08 de março é um momento de fazer mobilização e luta. Nesta Ação, temas muito próximos da vida das mulheres do semiárido serão levantados, como a soberania alimentar, a questão do impacto do agronegócio, a questão da violência e outros”, afirma Valquíria.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Mulheres de Minas Gerais se preparam para marchar

Entre os dias 8 e 18 de março, a Marcha Mundial das Mulheres organizará sua 3ª Ação Internacional no Brasil. Neste período, 3 mil mulheres de todas as regiões do país farão uma caminhada entre as cidades de Campinas e São Paulo. A plataforma de ação se baseia em quatro eixos: autonomia econômica das mulheres; bens comuns e serviços públicos (contra a privatização da natureza e dos serviços públicos); paz e desmilitarização e violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações que apontam para a construção de outra realidade para as mulheres de todo o mundo.

Com o tema “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, a marcha pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.

Serão dez dias de marcha, em que as caminhantes irão acampar em diversas cidades paulistas pelo trajeto: Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea, Cajamar, Jordanésia, Perus e Osasco. No período da tarde, essas mulheres participarão de atividades de formação, com cursos e oficinas sobre diversos temas, entre os quais: trabalho doméstico; saúde da mulher e práticas populares de cuidado; sexualidade, autonomia e liberdade; educação não sexista e não racista; economia solidária e feminista; soberania alimentar; reforma agrária e trabalho das mulheres no campo; agroecologia; biodiversidade, energia e mudanças climáticas; políticas de erradicação da violência doméstica e sexual; tráfico de mulheres e direito ao aborto.

No Dia Internacional das Mulheres, dia 08 de março, um grande ato público em Campinas marcará o lançamento desta 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial de Mulheres. No meio da caminhada, dia 13, haverá outra ação pública, em Várzea, em que será lançado o livro sobre o histórico do 8 de março. Na cidade de Perus, dia 16, o debate sobre paz e desmilitarização contará com a presença da filha mais velha do revolucionário Ernesto Che Guevara, a pediatra cubana Aleida Guevara.

No encerramento da Ação, em São Paulo, as caminhantes farão um balanço da Marcha e planejarão seus próximos passos. No calendário internacional de lutas do movimento feminista em 2010, o segundo período de ação acontecerá entre 7 a 17 de outubro, com novos atos e marchas simultâneas que se encontrarão em Sud Kivu, na República Democrática do Congo.

Lançamento da 3° Ação Internacional em Belo Horizonte

No dia 28 de fevereiro, integrantes da Marcha Mundial das Mulheres de Minas Gerais realizam seminário em preparação e lançamento da 3° Ação Internacional. O seminário terá como tema os 100 anos do Dia Internacional da Mulher - 08 de março, e acontecerá no dia 28 de fevereiro, domingo próximo, de 09hs às 18h 30m, no Centro Cultural da UFMG, em Belo Horizonte.

As atividades terão início com a preparação da delegação mineira para a Ação Internacional de 2010. No período da tarde, o seminário contará com a presença de Tatau Godinho, da Marcha Mundial das Mulheres, discutindo o centenário do Dia Internacional da Mulher. O seminário será finalizado no fim da tarde em um momento cultural com show da sambista Carla Gomes e feira feminista com produtos da economia popular solidária.

A delegação de Minas Gerais viaja para a Ação no dia 07 de março e pretende levar cerca de 300 mulheres de todo o estado para marchar.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Oficina: Mulheres construindo soberania sobre nosso corpo e vida!

Para a sociedade do lucro, ter saúde é sinônimo de consumo. Consumir consultas, remédios, certos tipos de alimentos, determinadas atividades físicas - soluções rápidas e lucrativas que aumentam nossa dependência a esse modelo.

Para nós da Marcha Mundial das Mulheres, ter saúde é ter possibilidade de lutar "contra o que nos agride e nos ameaça, inclusive a doença. A intervenção em saúde deve, portanto, conseguir fortalecer essa capacidade de lutar”.

Lutar contra a tentativa das transnacionais de transformar nossos corpos em seus territórios, contando, na maioria das vezes, com o poder da ciência, dos médicos como seu aliado.
Para nós, ter saúde é ter autonomia sobre nosso corpo, nossa vida, nossa comunidade e território. Ter saúde é podermos lutar juntas pela socialização e reorganização do trabalho de cuidados.

É para construir autonomia e luta, que nós, da Marcha Mundial das Mulheres, vamos nos encontrar nessa sexta-feira, dia 26/02, às 14 horas, na Capelinha da Rua Brusque, bairro Barreiro, em Belo Horizonte.

Iremos compartilhar práticas populares de cuidado, fortalecer o auto-cuidado e dividir saberes para serem utilizados na 3° Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Minas Gerais se prepara para marchar

O Coletivo Estadual da Marcha Mundial das Mulheres em Minas Gerais esteve reunido neste domingo, dia 07 de fevereiro, para discutir os últimos preparativos para a Ação 2010. Representantes de diversos núcleos e militantes do estado se reuniram em Belo Horizonte e repassaram como está a organização para a Ação em suas localidades. Na reunião, também foi feito um repasse do último seminário nacional e um levantamento das demandas para a participação das marchantes mineiras.

Estiveram presentes representantes do Leste e do Norte de Minas, de Diamantina, Viçosa e da região metropolitana de Belo Horizonte. A delegação de Minas Gerais pretende comparecer com cerca de 300 mulheres vindas de todo o estado na Ação 2010.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ação Internacional 2010

Em 2010, nós, mulheres do campo e da cidade, vindas de todo o Brasil, estaremos em marcha numa grande atividade de denúncia, reivindicação e formação. Será a 3° Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres com mobilizações de diferentes formatos em vários países do mundo. No Brasil, a Ação vai acontecer concentrada em dois períodos, dos dias 08 a 18 de março e 07 a 17 de outubro.

Com o tema “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, a marcha vai percorrer o trajeto entre as cidades de Campinas a São Paulo, reunindo cerca de 3 mil mulheres organizadas em delegações de todo o Brasil. A ação pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.

Serão dez dias de caminhada, em que marcharemos pela manhã e realizaremos atividades de formação durante à tarde. A marcha será o resultado de um grande processo de mobilização dos comitês estaduais da Marcha Mundial das Mulheres, que contribuirá para sua organização e fortalecimento. Pretendemos também realizar um de diálogo com as mulheres das cidades em que passaremos.

A 3° Ação Internacional se baseia nos quatro campos de atuação que a Marcha Mundial das Mulheres tem se debruçado: bens comuns e serviços públicos; paz e desmilitarização; autonomia econômica e violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações que apontam para a construção de outra realidade para as mulheres de todo o mundo.

Ações Internacionais da MMM

A Marcha Mundial das Mulheres já realizou outras duas Ações Internacionais. A primeira, em 2000, contou com a participação de mais de cinco mil grupos de 159 países e territórios organizados a partir do tema “2000 razões para marchar contra a pobreza e a violência sexista”. Seu encerramento mobilizou milhares de mulheres em todo o mundo, sendo entregue a ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova Iorque, um documento com 17 pontos de reivindicações, apoiados por mais de 5 milhões de assinaturas. Em 2005, em sua 2° Ação Internacional, a Marcha Mundial das Mulheres construiu a “Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade”. De 8 de março a 17 de outubro daquele ano, foi construída uma grande “Colcha Mosaico Mundial de Solidariedade” a partir de um retalho de cada país, uma forma simbólica de representar a Carta.

Em 2010, pela terceira vez, nós, mulheres sem terra, agricultoras, guardiãs históricas das sementes, dos territórios, mulheres que lutam pela moradia, da agricultura urbana, da agroecologia, trabalhadoras rurais e urbanas, desempregadas, mulheres negras, remanescentes quilombolas, indígenas, sertanejas, estudantes, lésbicas, mulheres de grupos da economia popular solidária, guerreiras da igreja, do movimento hip hop, do resgate da cultura afro, mulheres em situação de rua e outras mulheres de todo o Brasil e o mundo estaremos em marcha até que todas sejamos livres!

Para participar da 3° Ação Internacional de 2010, entre em contato com os núcleos da Marcha Mundial das Mulheres em Minas Gerais (veja contatos abaixo) ou procure a Secretaria Nacional, no correio eletrônico marchamulheres@sof.org.br ou telefone (11) 3819-3876.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Música da Marcha Mundial das Mulheres

Kapire, mosamam, mam, kapire
El ham mosamam el ham
Kapire, mosamam, mam, kapire
El ham mosamam el ham (bis)

Mulheres querem um mundo mais justo
Pros filhos crescer sem susto
Mulheres querem um mundo de paz
Sem elite e sem captaz

Amigas, vamos marchar
Chega de fome, pobreza e violência
Amigas, vamos marchar
Cantando pro mundo a nossa irreverência
É terra, para gozar
Maternidade e aborto seguros
É vida para navegar
E saber eleger
Quem respeite a quem aqui está
Vamos!
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Tradução:
Kapire = Compreender em italiano
Mosamam = Determinação em persa
El Ham = Inspiração em árabe

Música: Karem Young e Janet Lumb
Versão brasileira: 'Loucas da Pedra Lilás'
Arranjo: Virigina Cavalcanti